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Andar Devagar

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Mensagem por NunoP Sex Out 15 2010, 22:54

Ao ler o tópico que o José Pedro escreveu sobre andar rápido não deixei de pensar no oposto. Eu sou um especialista em andar devagar!
Acho que já tentei de tudo para andar devagar. já devo ter cometido todos os erros e mais alguns e desconfio que o meu historial de erros ainda vai no adro.

Claro que nada tem a ver com o barco, dizia o José Pedro umas semanas atrás minutos antes de num grupo de 4 skippers fazermos 4 regatas trocando sempre os barcos.
O barco 851 ganhou sempre fosse quem fosse o seu skipper....

Mas claro que não tem só a ver com o barco. O velejador é muito importante e faz a diferença. Contudo se o seu barco não anda tudo se torna mais dificil. Com o nível de competitividade que vimos no último campeonato da Europa não ter um barco rápido implicava andar na frota C.
Este campeonato foi fortissimo. Várias pessoas comentaram o enorme aumento da competitividade. Vários históricos tiveram muitas dificuldades em subir de frota tanto na B como na C.

Acho que temos 3 áreas chave: o Skipper, o barco e por fim a correcta afinação do mesmo.

O que me proponho então ao longo desde tópico é de ir escrevendo coisasque nos fazem andar mais devagar. Em alguns casos muito mais devagar.

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Mensagem por NunoP Sex Out 15 2010, 23:01

Uma das piores coisas que pode acontecer são problemas das escotas. Se a escota do estai enrola na retranca ou no braço do servo estamos mortos.
Poucas coisas tiram tanto andamento como isto. Com o estai muito mais caçado que a grande o barco fica desequilibrado e sem fluxo e por e simplesmente não anda.

È algo que várias vezes me acotneceu esta época por ter preparado o material todo à pressa. Ainda para este Europeu não tive tempo de fazer o acabamento do braço do leme.(Que ainda está na mesma). Duas vezes tive esse problema. Uma delas foi curiosa porque foi mesmo antes de uma regata. Larguei atrasado porque só pude colocar o barco na água após libertar a escota após a largada.
Felizmente fiz uma regata fantástica e subi de frota... È curioso quando algumas das nossas melhores regatas são feitas nos momentos mais inesperados...
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Mensagem por João Prates Sáb Out 16 2010, 10:58

Bom tópico este. Cool
Bem, se este tópico também serve para para contar as nossas desventuras, aqui vai uma que pode servir de lição.
Fui para o ultimo Europeu com 2 pack´s de baterias, daquelas em pirâmide de 1100Mha, fiáveis mas pesadíssimas (cerca de 95grs). Com elas a bordo o meu barco fica +-20grs acima do peso.
Ora o assunto ia a remoer-me a cabeça e comecei a perguntar aos meus colegas de equipa se tinham pack´s mais leves para me ceder. O nosso Director Técnico (Antº Mascarenhas) rápidamente se ofereceu para me emprestar os seus pack's, daqueles da Graupner de 800Mha. Leves, o barco precisou de chumbo para chegar ao peso minímo.
As minhas pirâmides pesadíssimas duram um dia inteiro de regatas, estas não fazia ideia...
E lá fui eu fazer as regatas. De manhã tudo corria pelo melhor até que, lá para a hora de almoço, quando estava a terminar uma regata, na bolina final, num duelo com um estrageiro qualquer a bateria morreu. Estava amurado a bombordo e só faltava virar de bordo para cortar a linha, virei o stick e nada. Imaginem os nervos que dá perder, estupidamente, uma classificação daquelas, a 10 metros da chegada. É claro que desisti e tiveram que me ir buscar o barco que, entretanto, ia a caminho de Budapeste.
Conclusão, nunca usem pack´s que desconhecem, testem sempre antes as suas capacidades e duração.
Um abraço
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Mensagem por NunoP Ter Out 19 2010, 18:28

Outra boa forma de andar devagar é ter o bolbo do patilhão a apontar para baixo. O primeiro patilhão que fiz tinha esse problema e os resultados eram lindos. O meu barco perdia 1m para os outros em cada 10...

Se o alinhamento horizontal é fácil de perceber o vertical é mais complicado. Temos de traçar uma linha de água e depois tratar da inclinação do Bolbo. geralmente são usadas inclinações entre os 0 e os 3/4º ascendentes. depois cada um tem as suas teorias sobre o que é melhor para cada situação.

Em breve adiciono aqui uma fotografia onde exemplifico a inclinação de um bolbo com a ajuda de um Laser
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Mensagem por BOEING747 Ter Out 19 2010, 22:58

Não me parece que sejas o timoneiro mais qualificado para falar sobre "andar devagar" Very Happy. Por isso, sendo eu um dos mais habilitados, vou contribuir para este tópico:
Os Malveirões, grupo onde me incluo, raramente navegam em águas calmas e completamente lisas como as do Espelho de Água. Habitualmente navegamos no mar, lá do cimo da muralha, sem conseguir detectar alguns pormenores muito importantes. Se por um lado olhar de cima nos dá uma bela perspectiva das valumas das velas, dos seus comportamentos e da sua afinação, o mesmo já não se pode dizer em relação à posição em que vemos o casco do MM.

Hoje, ao navegar numa superfície imaculada e andar lado-a-lado com o barco, pude verificar a diferença do andamento à popa, entre um MM que enterra o casco quando entra a refrega (não falo aqui de mergulhos de cabeça mas apenas de um inclinar perceptível) e outro que dispara de proa levantada, como se ligasse o turbo.
(percebi claramente que tenho um problema no meu barco!)

Isto leva-me a crer (corrijam-me os que "andam rápido") que neste assunto se misturam diversos temas importantes: A posição do bolbo do patilhão, a distribuição do peso no interior do casco (a posição das baterias e dos lastros) e talvez outros elementos que não me passam pela ideia, remetendo-me assim à posição de técnico especialista desta categoria do "andar devagar".

OK! não me parece complicado ir ajustando o peso e aferindo a linha d'água quando o barco navega à popa. Mas como é que eu sei que não estou a comprometer o andamento à bolina? Como é que se pode verificar a inclinação correcta do MM sem ter um aquário transparente montado num túnel de vento?
Claro que existirão diferentes afinações para diferentes planos de água, mas há uma referência que se possa seguir?

Provavelmente a resposta deverá figurar no tópico "andar depressa"!
Neste, o que fica bem é: Se a vossa proa se enterra, estarão garantidamente a andar devagar.
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Mensagem por João Prates Qua Out 20 2010, 00:42

Olá Alex
É certo que o bolbo e o peso no interior (pilhas, receptor, servos) serão os factores mais importantes para contrariar essa tendência. Tens o bolbo puxado para trás? Ou seja com 2,5cm do patilhão até á parte da frente do bolbo. A história da inclinação do bolbo (de que o Nuno fala) também pode ser determinante, se estiver a apontar para baixo não ajuda nada.
Outro factor que pode (des)ajudar é a inclinação do mastro. Se estiver inclinado para a vante cria uma força maior sobre a proa, esta afunda e o barco não arranca.
Depois á aqueles toques subtis de leme que podem pôr o barco a planar... Wink
Um abraço
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Mensagem por JPDP Qua Out 20 2010, 08:02

Atenção ao tema do bolbo que pode não ser assim como parece à primeira vista:

A determinação do angulo do bolbo deve, na minha opinião, ser feita tendo em consideração a linha de agua que queremos para o barco com cada vento.

Se se quiser uma "proa fora de agua", e aceitando que a posição ideal para o bolbo em andamento é a posição exactamente paralela à linha de agua (teoricamente + hidrodinamica), talvez faça sentido que o bolbo esteja um bocadinho "para baixo" à primeira vista (ao nível do convés o barco é mais alto na proa do que na popa pelo que parece que o bolbo fica a apontar para baixo se nos regularmos por esta linha, que NÂO é paralela à linha de agua).

Aqui "só" temos um problema: a posição da linha de agua é sempre dinamica e, ao querer a proa levantada na posição normal do barco a andar com pressão, ficamos com a popa muito afundada quando o vento cai (e isto é fatal porque não só provoca um "arrasto" muito grande como também porque diminui o comprimento de linha de agua).

Eu escolhi a minha posição para a linha de agiua e construi o bolbo com um angulo que me deixa este paralelo a esta linha de agua em condições normais de vento. O que faço depois é, em função do vento que está, ando com o peso para a frente ou para trás de modo a manter a linha de agua sempre no mesmo sítio (e assim manter também o angulo certo no bolbo).

Claro que, em situações de vento instável ou com muitas refregas, é dificil escolher a posição do peso, e tenho que aceitar sempre um compromisso.

Por outro lado em algumas situações, por exemplo com vagas, pode ser mais importante manter o peso concentrado no centro do barco (para facilitar o subir e descer a vaga) do que o manter a linha de agua original (mas obrigando o barco a "furar" mais o mar). No 2º dia do Euro esteve assim e, depois de algumas experiencias, decidi deixar o peso concentrado no meio (mesmo nas regatas com mais vento). Isto obrigou-me a mais trabalho com o leme para por e manter o barco a planar à popa, mas compensou claramente no andamento à bolina (apesar da proa mais afundada).

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Mensagem por BOEING747 Qua Out 20 2010, 13:59

Agradeço aos especialistas a partilha destas preciosas informações.
Vou utilizar as instalações técnicas do meu estaleiro (piscina) para fazer algumas afinações nesse sentido.

Voltamos a encontrar-nos no tópico dos que "andam rápido".
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Mensagem por JPDP Qua Out 20 2010, 14:43

Alex

A forma certa de fazer estas medições é utilizar 2 bocados de tubo transparente (tipo tubo de soro).
Se colocares um dos tubos a ligar a proa e a popa, e o outro a ligar a parte da frente do bolbo à parte de trás do bolbo, e encheres de agua o 1º tubo até que o nível da agua fique igual à linha de agua que queres (tens de ir corrigindo a posição do barco no sentido proa popa até isto ser possivel); e depois encheres o segundo tubo até ao nível do meio do bolbo à frente, ficas com uma ideia muito clara de como está o teu bolbo orientado face ao segimento do barco quando este está a utilizar a linha de agua que achas que é a melhor.

Na piscina não sabes como fica o angulo do bolbo...

Se tiveres dúvidas apita.

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Mensagem por NunoP Sex Out 22 2010, 22:05

Aqui seguem as prometidas fotos do Patilhão.

È preciso notar que as mesmas foram tiradas com o Micromagic em condições "pronto a navegar" mas apenas a flutuar. Isto significa que a sua linha de água em nada é influenciada pelo rig, afinação, etc.
Numa situação real a linha de água é condicionada por bastantes factores.

Neste primeiro caso o peso está na posição normal. Nota-se que a proa está um nadinha fora de água.



Neste segundo grupo de fotos o peso já está um pouco mais para trás. Nota-se a proa bastante mais fora de água. Com algum vento é esta a posição que costumo usar. Em alguns casos ainda uso o peso bastante mais atrás mas até talvez seja um exagero. No fundo só dinamicamente com o barco a navegar se pode ter uma ideia.




Nestes dois grupos de fotos puderam ver o meu angulo base. Em patilhões com o bolbo mais para trás e pensados para mais vento tenho um pouco mais de inclinação ascendente.

Agora, se tiverem o bolbo a apontar para baixo vão ter muitas dificuldades ao navegar. Navegarão garantidamente muito mais devagar!
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Mensagem por NunoP Sex Nov 05 2010, 19:28

Outro dia quando navegámos em Cascais, em plena tempestade, lá se ouviram os famosos receios quanto às inundações nos barcos.

E que não restem dúvidas, um barco cheio de água faz-nos sem dúvida andar devagar! E no caso do João Prates faz mesmo ir ao fundo!

Quando começam as cangochas uns barcos metem muita água e outros quase nenhuma. Será obra do acaso? Claro que não!
A construção tem tudo a ver com a estanquidade do barco bem como os riscos que estamos dispostos a correr. Eu divido este tema em duas áreas, a estrutural, que tem de ser totalmente estanque, e as áreas de serviço, que envolvem todos os locais onde algo tem de passar e aquele que é um dos maiores cancros ocultos, a tampa (canopy).

E é precisamente sobre estes dois tipos de áreas que em breve vou falar!

Quem gosta de meter água pode até saltar as próximas mensagens!
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Mensagem por BOEING747 Sex Nov 05 2010, 20:30

Estou ansioso por esse tópico!
Tenho tudo waterproof no interior porque o Boeing, apesar da qualidade das suas prestações, tem um problema grave de osmose.

Já pensei seriamente, que se lhe abrisse uns buracos assumidos, pelo menos a água tinha por onde sair.

Vou fazer o teste de estanquidade ao contrário (embora ande com muita preguiça de o fazer), desmonto tudo o que é eléctrico e encho o barco com água. Por onde sair, quer dizer que também entra.

Aguardo ansiosamente pela vossa experiência em meter água bounce
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Mensagem por João Prates Sex Nov 05 2010, 23:29

Ora aí está um tema que me interessa!!! Very Happy
No meu Vaitapé II, quando o vento sobe um pouco, o nível de água no seu interior acompanha essa subida.
Já por duas ou três vezes tive que reforçar/recolar a "boca" que tende a abrir na colagem convés/casco, a uns 5cms da proa. Parece-me que é uma zona do casco que sofre alguma pressão quando o barco começa a planar.
Outra peça que me levanta suspeitas é a caixa do patilhão, mas nisso nem quero pensar muito porque o seu acesso é dificílimo...
Essa do teste de estanquidade é boa, um dia destes dou-me ao trabalho.
Um abraço
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Mensagem por JPDP Seg Nov 08 2010, 13:17

Não testem a estanquecidade com agua dentro do barco.
O melhor é, depois de retirada toda a electronica, isolar a canopia com fita e todas as restantes entradas de agua (passagens de escotas, etc,) e "afundar" o barco numa piscina (ou banheira). Se houver um problema com a colagem do convés este não vai ser detectado com agua dentro do barco porque a agua faz pressão para fora e "tapa" quaisquer eventuais buracos.

Estes problemas (incluíndo o da caixa de patilhão) são relativamente faceis de resolver com paciencia, o barco seco, e a cola apropriada.

Abr

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Mensagem por JPDP Seg Nov 08 2010, 18:43

Já me aconteceu ficar com o convés mal colado. No primeiro dia do europeu de Faro o barco estava a meter 1 dedo de agua em cada regata. Não consegui detectar logo onde estava o problema até que o Francisco Amaral me selou o barco e o mergulhou dentro de agua. Mesmo assim só descobrimos onde era quando fizemos pressão no costado.

Para resolver o problema, usei cola líquida (dessa instantanea de 3 segundos):

1. Retirei tudo de dentro do barco (incluíndo as escotas).
2. Sequei bem o barco com um secador de cabelo.
3. Com o barco inclinado para um dos lados, deitei bastante cola lá para dentro e rodei o barco de modo a fazer com que a cola percorresse no interior toda a junta do convés com o casco.
4. Verifiquei que a cola deu a volta toda ao barco. (é importante deitar cola suficiente - pelo menos 3 gramas -para rodar o barco todo numa só vez porque desta forma podemos verificar se a cola deu a volta toda ou não.)

Não tenham medo do peso. Depois de seco o barco ficou com mais 1 ou 2 gramas, mas ficou selado, e a agua nunca mais entrou por ai.

Abr.

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Mensagem por NunoP Seg Nov 08 2010, 18:49

é o que dá eu estar a atrasar-me a escrever.
Uma parte da"matéria já começou a ser dada"
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Mensagem por NunoP Seg Nov 08 2010, 19:17

Bem, vamos então começar pela área estrutural antes que o JPDP se antecipe mais em alguns detalhes.

Antes disso convém só frisar que na minha opinião a cola base para as colagens deve ser o Cyano Acrilato. Tanto de alguma densidade como aquele super liquido e perigoso de usar.

Na área estrutural entendo os 3 componentes base e sua conjugação. Falo naturalmente da caixa do patilhão, casco e convés.

Caixa do patilhão:
È das áreas mais criticas na construção. È importante que as duas partes da caixa sejam bem coladas de forma alinhada, mas isto todos sabem.
Chamo especial atenção também para a zona que separa a zona do mastro da zona onde entra o patilhão. È precisamente por aqui que muitas vezes entra água no barco.
Depois de colar a caixa uma boa ideia é usar um pouco de Cyano de baixa densidade e fazer correr um pingo de cola pelas zonas coladas. Se alguma zona ficou mal colada a cola desta forma infiltra-se nessa zona resolvendo o assunto. (Daí esta cola ser conhecida como cola por infiltração.)

Partindo do principo que a caixa do patilhão foi toda bem colada. de seguida temos de colar a caixa ao casco e convés. Convém preparar as superficies para este contacto ser o mais perfeito possível.
Na parte da colagem ao casco não se pode negligenciar a zona da "caixa do mastro". Como entra água muitas vezes para esta área caso esta zona não esteja bem vedada toda essa água passa para dentro do barco. Como as pessoas se concentram geralmente na colagem da zona do patilhão muitas vezes o cancro é mesmo a área do mastro. Mas de forma geral a colagem da caixa do patilhão ao casco é a mais fácil pois tudo encaixa perfeitamente.

A colagem da caixa do patilhão ao convés é mais complicada porque a zona do mastro não "encaixa tão bem". Pode ser necessário encher um nadinha a parte da frente da caixa do patilhão para que o contacto seja mais certo possível. Depois é importante selar bem toda esta área. Depois de uma colagem normal com Cyano normal pode ser boa ideia passar um pouco de Cyano de baixa densidade com o barco virado ao contrário. È preciso deixar o cyano percorrer toda aquela área para se infiltrar nos pontos mais fracos. O processo pode ser repetido algumas vezes devendo ser usado um activador de cyano pelo meio. (Atenção que todo o Cyano de baixa densidade move-se muito facilmente. se cair no sitio errado pode provocar danos. Se cai um pouco de Cyano para a roupa é o fim desta...)

Se a caixa do patilhão estiver bem selada nas ligações ao casco e convés têm grande parte dos problemas estruturais resolvidos.

Falta a colagem do casco ao convés. Aqui o truque dpois da colagem com Cyano normal é precisamente o que o JPDP referiu. Sempre sem nada no interior do barco deve.se fazer correr algum cyano pela zona de contacto entre casco/convés. O ideal é deitar um pouco de lado e ir rodando o barco para o cyano percorrer toda a zona de contacto.
Também se pode fazer o mesmo do lado de fora com o barco com o convés para baixo. mas cuidado para não danificar o casco. Todo o Cyano de baixa densidade usado tem de ser depois limpo ou seco com o activador. Caso contrário ele ainda escorrega para um sitio indesejado.

Para já sem fotos pode parecer um pouco confuso mas cá estou para responder a todas as dúvidas, criticas e comentários.

Depois escreverei sobre este processo em barcos já montados...


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Mensagem por NelsonGas Seg Fev 07 2011, 11:56

Exactamente o que me aconteceu no Porto, na última regata:

https://micromagicpt.forumeiros.com/t27-leme-truques#132

NunoP escreveu:Outro aspecto importante a ter em conta é não haver excesso de tensão.
Caso exista o patilhão faz demasiado atrito com o barco marcando-o todo e forçando muito o leme.
Já uma vez rebentei carretos de um servo por causa disso. mais uma coisa para colocar no andar devagar.

Não esquecer igualmente que o leme ao virar tem sempre de andar um pouco para cima e para baixo. Se não puder ter este movimento lá acontece o que descrevi anteriormente...

Tinha o link com demasiada tensão e o servo "MORREU". Se não fosse o bote da organização a esta hora o meu MM já estava muito para lá do cabo Bojador!!! Very Happy

Vá lá que foi na última regata e foi para o descarte.... caso
contrário... seria um desastre em termos classificativos... Rolling Eyes
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